Sobre a tecnologia, crise nacional e remédios para depressão

A era da Tecnologia
Créditos da imagem: http://ghiraldelli.pro.br
São dias difíceis...

Eu me pergunto se sou eu que estou sensível de mais ou se estou vivendo em um mundo que, realmente, está de ponta cabeça. As coisas simplesmente perderam o sentido e os valores virando um misto de aquiescência e desprezo pelos princípios que outrora faziam parte de nossa condição de humanos. Já disse que a era da tecnologia tem nos consumido como um parasita, mas, cada dia, a verocidade dessa entrega me surpreende mais, como se estivéssemos em um transe daqueles dos filmes de ficção científica.  

Falando em filmes (e em ficção científica), o primeiro semestre deste ano foi surpreendente no quesito de cinema em que, entre outros títulos, destacaram: A Teoria de Tudo, O Jogo da Imitação, Velozes e Furiosos 7, Mad Max, Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível, Jurassic World e Os Vingadores: A Era de Ultron. Cada um com suas particularidades e surpresas que deixaram esse mundo paralelo mais insano do que nunca. O que não ficou nada interessante para os brasileiros foi o impacto da inflação para quem curte um bom filme acompanhado daquela pipoquinha e um copão gigante de refri. Em média, comparado com o ano de 2014, uma voltinha pelo cinema ficou 52% mais caro neste ano, o que faz com que muitos prefiram formas alternativas para apreciar essa arte. E, como o segundo semestre das telonas está igualmente envolvente, é bom já ir engordando o porquinho para não ficar de fora.

Na verdade não foi só o cinema que ficou mais caro, o país vem enfrentando uma das mais impactantes recessões econômicas da história, somadas à corrupção e à falta de oportunidades, a inflação está dilacerando a população brasileira de forma costumaz e irreversível. Será preciso muito jogo de cintura para passar por essa turbulência e, não importa de qual classe ou qual posição seja, está respingando as consequências em todo mundo. É claro, em uns mais que em outros. Em meio a tantos questionamentos sobre a política atual, surpreende-me ainda mais a inversão de valores.  A população está aceitando (e calada) as notícias infames que nos é empurrada goela abaixo para disfarçar, em uma maquiagem borrada, o assalto do governo à nação. A falta de informação e o desinteresse são os principais aliados dos nossos algozes.

O mais engraçado (na verdade não é nada engraçado) é que estamos na era da informação e da tecnologia. Ao invés de se buscar meios úteis para enfrentar e vencer essa situação, de alguma forma, o brasileiro prefere perder seu tempo (e seu precioso dinheiro) se alimentando de farsas e falácias. Alimentando o ego em uma solidariedade utópica e sem fundamentos. Ninguém questiona mais se um fato é verdade, ninguém percebe mais a falta de lógica dos jogos de marketing psicológico que nos sãos empurrados todos os dias. Ninguém pensa... só ficam curtindo e compartilhando o mesmo lixo, o tempo todo, por facebook, por whatsapp ou por que quer que seja. Se as pessoas não fossem tão superficiais, talvez não seríamos tão facilmente enganados.

Um exemplo do que digo é a necessidade que se tem de se exibir, de ser aprovado e de estar “por dentro” que se percebe o tempo todo. Que o mal do século é a ansiedade todo mundo já sabe, mas, ao invés de controlar isso e procurar ajuda, ser ansioso, depressivo e mentalmente doente virou modinha. É claro que não se trata de uma generalização, no entanto recentemente presenciei uma adolescente na farmácia perguntando para a atendente o que ela precisava para comprar remédios tarja preta e, o que ainda estou me decidindo se é ou não pior, a senhora respondeu que “você precisa de um médico que ‘tope’ te dar a receita” ... sim, nesses termos, nesse linguajar... Será que a senhora não pensou que aquela mocinha poderia fazer mal a si mesma? Será que aquela menina não sabe que medicação não é válvula de escape para a vida “cruel” que ela possa estar tendo aos quinze anos? Eu a mandaria comprar um livro de colorir, já que esta também é a onda do momento. Mas o que me fez realmente pensar sobre o assunto foi onde estariam os pais dessa jovem. Porque uma menina estaria procurando “fugir” sozinha e, do que ela estaria fugindo...

As pessoas estão lidando com essas situações, cada vez mais frequentes entre os jovens, de forma muito intangível. É isso o que mais me indigna. A doença alheia, os sentimentos alheios não podem virar pretexto para motins e, muito menos, ponte para querer crescer e lucrar sobre isso. Alguns me criticam por meu ceticismo na humanidade, me veem como alguém sem esperança, mas sinceramente eu estou tentando mostrar que, enquanto a maioria está apoiando vídeos montados de crianças sendo aliciadas nas ruas, manchetes sensacionalistas acompanhadas de imagens chocantes de pessoas ou animais em apuros, campanhas de tatuagens em massa, a mídia tem ganhado força e complacência movimentando milhões com base em mentiras. Tudo isso por preguiça, por indisciplina e, principalmente, por querer estar no meio de uma polaridade.

No mais, quando assisti “De volta para o futuro 2” não era bem esta “era da tecnologia” que eu esperava....

Sobre a tecnologia, crise nacional  e remédios para depressão
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