Era apenas uma canção
E foi de repente, não mais que de repente, disse o poeta... Como um ruflar de asas de borboletas azuis em um dia de primavera Ou como a invasão suave de mil jasmins à nuance da brisa matinal... Era apenas uma canção, no meio de tantas outras Entoadas com notas suaves em contraste com dedilhares vulgares E uma lembrança viva Tão real que, se eu fechasse meus olhos, eu poderia te tocar Naquele momento em que o mundo se perdeu sob meus pés Só para que eu pudesse te ouvir. E fez-se o silêncio mais lindo do mundo Enquanto a saudade esvaia-se pelo meu rosto. Até seu cheiro, o vento fez questão te trazer. E eu temi abrir os olhos e te perder novamente Mas nesse instante pude contemplar seus olhos A sorrir em cada estrela...