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Mostrando postagens de setembro, 2010

Fisioterapia

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Cheguei da fisioterapia e dormi. Ah... Como é bom dormir ouvindo o som da chuva nas telhas de amianto... É um som agradável, principalmente quando as pessoas estão "atarefadas" de mais para me torturar com suas presenças. É tão bom ficar sozinha em meu quarto, vendo a chuva pelo vidro embaçado. Lembranças me invadiram pouco antes de adormecer... Fiquei imaginando quantas e quantas vezes olhei por essa mesma janela a chuva elamaçar o terreiro de terra lá fora... E as goteiras dão a impressão que a chuva está mais forte... Eu fechei os olhos e senti uma lágrima rolando em meu rosto, não sei ao certo porque (ou por quem)... São tantos sentimentos, desafetos dentro de mim que não consigo administrá-los... Não mais que de repente estou em soluços, encostada na janela fria, olhando a vida que renasce sob as águas frescas da chuva. Nunca tinha ido a uma fisioterapeuta, me indicaram uma das melhores que o convenio podia pagar (meu convenio cobre 70% das consultas, mês que vem estou m

Psiquiatra

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Acabei de chegar da médica. É impressionante como os psiquiatras fazem "cara de paisagem" e não entendem nada. Tive vontade de bater nela com a voz incrivelmente doce e controlada. aff... Eu pago cerca de 360 reais para ouvir tudo o que eu já sabia... Ela me deu uma bronca (a moda inglesa né, falando baixo e tentando me fazer pensar) prefiro quando as pessoas gritam e falam realmente o que pensam. Tenho certeza que ela estava pensando “sua idiota, você queria se matar?" Eu tentei ser o mais direta possível. "Não vou tomar lítio de novo e ninguém vai me obrigar, tudo o que eu quero é um sedativo para dormir, nada mais que isso. Algo que bloqueie os pensamentos"... Ela respondeu calma "Te sugiro a terapia e uns dias na clinica, não lhe darei nenhum remédio, o que você precisa é se estabilizar e só o lítio pode fazer isso, se não quer, então aprenda a conviver com você mesma. E nada de sedativos..." Poxa! Porque ninguém me entende? Ela passou alguns anos

Fugindo de Mim

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As mãos lentas tentam acompanhar os pensamentos, mas eu me irrito e deixo pra lá... Seria melhor não ter acordado do que ficar nessa lerdeza para fazer tudo. Eu demoro 5 segundos para saber qual letra eu tenho q apertar... Tento praticar com os olhos fechados (igual quando eu fiz o teste de digitação com 220 toques por minuto) não consigo... desisto, desligo o pc emburrada como se a culpa fosse dele e vou ler... mas espera aí... Eu também não consigo ler, não processo tanta informação assim... Porque diabos foram me acordar? eu só queria dormir... dormir... ninguém entende. Minha médica disse "Olha se você não se cuidar e não fazer a fisioterapia você não vai voltar a ser como antes. Tudo depende de você agora e algumas coisas você terá que reensinar teu cérebro como funcionava" hahaha eu ri da cara dela... "tudo depende de mim?" vá à merda... Eu não quero mais nada apenas "dormir" e se depender de mim... Não me acorde de novo... E ainda tive que aguentar

Pensamentos

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 A gente tenta por muitas vezes adiar o “adeus”... Mas chega um momento que ele se torna inadiável. Sim... Eu percebo que é só o que tenho feito de algum tempo pra cá. Tentado correr atrás do vento pra simplesmente não dizer (e eu não queria dizer) adeus... As vozes todas na cabeça já dizem que é tarde e que é preciso tomar alguma decisão. As pessoas sempre dizem que “você vai conseguir”, mas ninguém realmente sabe o que está havendo, ninguém entende dos medos que me fazem fugir e das milhões de promessas que nunca cumpro. A verdade é, ninguém entende que “adeus” é por um tempo longo de mais e eu não consigo enxergar a longas distâncias. De repente olho e percebo que retornei ao inicio escuro e sombrio de antes, não queria voltar, mas meus passos me levam sempre ao mesmo lugar e a estrada é sempre vazia. Quando a dor no peito começa a gritar mais que a própria voz e o vento frio retalha o corpo com violência, as marcas ficam, as lembranças ficam e os sonhos são todos jogados há uma

I Know..

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Eu sei... Não adianta querer correr atrás das borboletas no jardim E nem implorar para que elas pousem em nossas mãos Elas simplesmente voam... E eu sei... Depois que se escolhe o caminho É quase impossível voltar para a estrada antiga... Não é preciso colher mais as flores Quando o horizonte se perde infinitamente Desconexo em sentimentos vazios. Eu tentei olhar para o sol por alguns minutos E percebi que se eu insistir ele se rende E queima mais por dentro do que as pessoas conseguem ver... E eu sei Que essa não é a escolha correta Mas agora não resta mais nada Além de borboletas solitárias Voando em um jardim sombrio E eu preciso fugir de mim mesma Da história não concluída E do sonho de simplesmente Alcançar as borboletas...

Sons

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Perdida dentro de mim mesma Tentando encontrar respostas Que insistem em se esconder Os ecos repetem a história E as vozes incansáveis contam as mesmas palavras Sem sentido... E eu sinto o vento, mas não percebo Que é o silêncio que sufoca Intenso na garganta Enquanto as lágrimas saltam aos olhos Deixando fluir toda dor Através dos acordes vazios... E o tempo não volta As horas não passam Tudo se transforma num infinito inquieto E uma sinfonia triste De silêncio, De palavras E de sons...

Coração

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E o que fazer com esse coração? Que ao vento espera a vez Uma frase um refrão E que nele vem voar Num tapete de emoção Mas espera pra sonhar... Amarga ilusão Quando a noite fria chega e o dia tem um fim Quando a realidade invade e provoca uma explosão.. Coração batendo como bate um coração Pulsação de sonhos De seres humanos que vagam sem razão.

Ventos

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... Sou o vento... que não sabe onde ir quando a chuva cai desesperadamente sobre a terra seca levando as marcas as pegadas que me levavam ao horrizonte... Sou o vento vazio sombrio... que leva as notas dessa canção até aos seus ouvidos procurando trazer a sua voz até aos meus... Sou a brisa da manhã que sopra fria quando olho em direções opostas procurando seu olhar que já se foi no infinito me deixando vagando sem rumo à espera...

Enxurradas

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Instantaneamente as ruas se alagam E as pessoas correm, Já não posso ver o pôr do sol Tomado pela chuva de outono, Passageira, intrigante. E eu olho e não vejo... As portas dos comércios se fecham Um vento passa sorrateiro E é só uma brisa que carrega lembranças... Lembra-se de quando nos dias de chuva nós corríamos desgovernados pela enxurrada? E encharcados das poças, caminhávamos abraçados? Agora é só uma saudade que fica nesse dia sombrio Quando as canções não fazem mais sentido E, despedaçados, um a um os sonhos se perdem... Parece tão pouco o tempo que passou, Que as histórias que preenchem as páginas vazias Vagam por um desconhecido inconstante. A chuva lá fora encanta em suspiros E em devaneios de solidão banhados de saudade E as horas passam trazendo a noite fria Que se despedem das lembranças Levadas na correria das enxurradas...