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Mostrando postagens de novembro, 2011

Despedida

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Ela saiu com os passos apressados, não queria olhar para trás, não podia ter certeza. Com a cabeça baixa e os olhos molhados, tentou disfarçar seu desespero enquanto caminhava. Naquele momento não podia encarar o mundo, não podia dizer mais nada...  Estranhamente o caminho a pareceu mais longe, subiu as ruas devagar, com o sol refletindo em seu olhar. As lágrimas teimavam em escorrer, e tentava desviar seus pensamentos, pelo menos, até chegar em casa. Pessoas voltavam para seus lares depois de um dia de serviço, carros movimentavam as ruas, ficava um cheiro breve no ar, mas nada daquilo a despertava de sua dor. Depois de alguns passos entrou em seu quarto já escuro. O dia nublado fez anoitecer mais cedo, desabou sobre a cama entre soluços, palavras não ditas e o reflexos daqueles olhos que teimavam em permanecer.  Ela não disse nada do que havia planejado, frente a frente as palavras se esvaíram uma a uma. Só se inclinava ao pulsar acelerado dentro do peito, enquanto cada frase surgia

Tempo

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Sabe quando o tempo não passa? Você fica observando os segundos no relógio e eles parecem ter diminuído freneticamente seu ritmo? Vagando desesperançado enquanto completa o ciclo. E, para você, um minuto parece horas... Você respira fundo, sente o desespero. Fecha os olhos, tenta não pensar, mas nada adianta. Sua voz quer gritar, suas mãos anseiam pelo toque, seus lábios desejam ardentemente o beijo. Você só quer se alimentar da presença que te consome em saudade, e escreve angustiantes palavras para tentar disfarçar... mas o tempo... você não vê ele passar e cada momento se transforma em munição dentro de sua mente. Você quer esquecer, você finge que está tudo bem, continua na sua rotina, olhando as paisagens se transformarem em fantoches. De repente você não faz mais parte de nada, seu mundo desabou e você está perdido, não tem para onde correr, não tem onde se esconder, está tudo tão vazio... Você lamenta, sofre, chora... rasga as fotos, quebra os discos, muda de canal. Você está in

Máscaras

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Eu fecho as portas impedindo que o vento venha me fazer companhia sento-me no chão sob a janela e ouço o movimento da rua carros passam velozes, querendo matar o tempo mas para mim o tempo parece não passar. A música não satisfaz a ansiedade sinto a dor estraçalhar meu corpo sinto a invadindo cada segundo do meu pensamento  me transformo em refém de mim mesma violento minha alma com acusações... "Meu coração não quer deixar, meu corpo descansar" minha voz soa fraca quando intento um grito eu já não sei dizer onde estou, nem porque estou perdida nesse abismo de desilusão. Está tudo tão quieto que já não posso ver as sombras pela janela formam figuras estranhas me divirto com as lembranças me destruo com a saudade...  A solidão assassina minha esperança está escuro demais para continuar uma nuvem negra sobre minha cabeça me faz desabar e eu tenho medo e eu quero parar... mas o dia amanhece cinza me obrigando a levantar arrastando minhas convicções num disfarce as pessoas me vee

Só por Hoje

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Manhãs cinzas e ruas molhadas sinto o vento violentar as flores que ainda restam tudo continua vazio, mas gosto desse ar é como se de dentro de mim reconhecesse a cena não preciso fingir que está tudo bem daqui a pouco isso passa. Invoco as palavras por meus pensamentos percorro os livros e as canções em busca de refúgio de repente tudo muda de lugar e é incomum sentir as cicatrizes... Eu já não sei dizer o que eu sinto não tenho certeza de onde vem essa dor o cantar dos pássaros estão seguindo a melodia  deixando o dia confortável e com tons sombrios. Não faço mais parte dessa paisagem as miragens no espelho denunciam meus olhos molhados como se eu quisesse voltar alguns segundos... Eu me iludo me recomponho... Daqui posso ver o horizonte acho-o mais real quando ele não parece sorrir para mim... Dias nublados refletem quem eu realmente sou e só por hoje eu não quero mais sonhar...

Contradições de Mim Mesma

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Faz tempo que não faço isso. Sinto falta de escrever sobre o que eu sinto... sobre coisas que rondam minha cabeça. Alguma coisa mudou por aqui, só que ainda não sei dizer se é bom ou ruim. Eu vejo as formas, ouço as poesias, nem tudo faz sentido... hoje o céu está nublado, em tons de cinza, faz um dia bonito. Reconheço minha realidade na ausência de flores. O vendaval destruiu o jardim, agora sim está meio familiar. Confesso que já sentia falta desse gosto amargo na boca. Hoje, parece estar tudo em seu devido lugar. Eu escuto canções antigas para intensificar o cheiro da saudade. Os perfumes que veem não sei de onde, invade meu quarto, deliciosamente vazio e deixa aquela sensação de quase desespero no ar. Bem no fundo de mim eu estou feliz, sim, feliz por saber que ainda posso encontrar quem eu sou. Volto agora ao meu esconderijo... eu ainda posso voltar. Me permiti sonhar. Estupidamente acreditei que ficaria tudo bem se eu esforçasse um pouco pra tentar ser igual, mas eu sou mais que