Despedida
Ela saiu com os passos apressados, não queria olhar para trás, não podia ter certeza. Com a cabeça baixa e os olhos molhados, tentou disfarçar seu desespero enquanto caminhava. Naquele momento não podia encarar o mundo, não podia dizer mais nada... Estranhamente o caminho a pareceu mais longe, subiu as ruas devagar, com o sol refletindo em seu olhar. As lágrimas teimavam em escorrer, e tentava desviar seus pensamentos, pelo menos, até chegar em casa. Pessoas voltavam para seus lares depois de um dia de serviço, carros movimentavam as ruas, ficava um cheiro breve no ar, mas nada daquilo a despertava de sua dor. Depois de alguns passos entrou em seu quarto já escuro. O dia nublado fez anoitecer mais cedo, desabou sobre a cama entre soluços, palavras não ditas e o reflexos daqueles olhos que teimavam em permanecer. Ela não disse nada do que havia planejado, frente a frente as palavras se esvaíram uma a uma. Só se inclinava ao pulsar acelerado dentro do peito, enquanto cada frase surgia