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Mostrando postagens de 2020

Como uma nuvem de tristeza...

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Sabe quando no meio do dia você lembra de algo de muito tempo atrás...  é como se alguém apertasse o botão do pause e,  embora a vida segue,  o silêncio soa mais alto.  Sabe quando esta lembrança te paralisa de forma tão imediata que, tudo,  absolutamente tudo perde o sentido repentinamente.... Sabe quando seus olhos se inundam,  te falta o ar,  some sua voz...  assim no meio do dia e tudo aquilo que você faz questão de deixar adormecido  explode dentro de você.  A foto na estante é tão vazia  que você não consegue olhar pra ela  e todas as lembranças do que foi e do que poderia ter sido  explodem em um caleidoscópio em sua mente...  Você não consegue mais olhar as fotos  e as lágrimas caem pesadas dos seus olhos porque você não consegue conter. E você lembra,  e relembra  e cada nota da canção que insiste em tocar  é o tom da voz que não sabe mais como ouvir... E você lembra...  perdendo todos os seus passos sem rumo  em um horizonte que não reflete mais a direção do seu olhar... Entã

Como um ruflar de asas

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É estranho como o tempo e as coisas mudam... ou nem tão estranho assim. Já é agosto e eu nem vi. A sensação é que os dias estão passando, se acumulando junto as tarefas mal acabadas dando a falsa ideia de estar fazendo algo.Mas a verdade é que não estamos. Não estamos sequer vivendo.  Já é agosto e, pela primeira vez em anos, eu não vi um ipê florir. Será que finalmente estou te deixando partir? E o que eu faço com esse vazio que permanece... permanece em cada respirar, em cada olhar. O céu azul, tingido do amarelo quente do fim do inverno me lembra seus olhos. Eu sei... eu sei... seus olhos não eram azuis, mas havia tanta luz que iluminava minha vida inteira. Por anos eu me guiei por seu olhar e agora, é só escuridão e morte. Uma morte que vem de dentro e leva tudo a sua volta, porque sejamos sinceros... nada mais fez sentido. Nada mais foi como antes. Nada mais...  Já é agosto. Os ipês já floriram e agora vão indo... pétala a pétala como um ruflar de asas em um céu azul que me lembra

Nada mais foi como antes

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É isso, um pouco de conforto e acostumar com o novo teclado. Nada mais... deixar as palavras fluírem através dos dedos. Acho que já perdi o jeito, não sei mais como lidar com as coisas que ocorrem na minha cabeça. Como se os dedos estivessem enferrujados e não importa mais a caneta que eu use. As palavras não vem.  Houve um tempo em que escrever, para mim, era como praticar magia. Eu fechava os olhos e rapidamente tudo estava lá, dançando em minha mente e esperando por uma folha em branco. Era bom, me sentia capaz de transformar qualquer coisa em realidade. Hoje me sinto só. Vagando pelo vazio das notas não preenchidas e do silêncio que envolve a nuance dos meus próprios sentimentos. Eu poderia jurar que ninguém é capaz de me entender. Nem mesmo eu.  É como se os dias se passassem todos iguais e eu vejo as pessoas tentando alcançar alguma coisa.. Traço planos cada vez mais complexos para percorrer e ter um motivo para simplesmente não desistir, mas de repente eu paro no mei

La Solitudne

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Por muito tempo fiquei sem ouvir as canções que me lembram você Por medo, ou por covardia, não sei dizer Mas deixei o silêncio me roubar a melodia Esperando que você voltasse para essas notas vazias Por muitas horas eu chorei te procurando Enquanto um a um dos versos foram passando E trazendo em cada acorde a saudade  E os sonhos mesclados com a realidade E em cada tom, em cada sintonia Milhões de cores explodiam dentro de mim Não sei se foi real ou euforia Imaginei que você estivesse aqui Fechei meus olhos temendo te perder Por um momento quase ousei acreditar Que outra vez poderia ver você E ver meus olhos refletidos em seu olhar Mas o vento levou a canção E com ela o encantamento Ficaram as fotos espalhadas pelo chão E sua voz ecoando pelo tempo

O Construtor de Pontes - Markus Zusak

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O Construtor de Pontes... este é o nome do livro que eu levei quase 2 meses para ler. Quando saiu o livro, logo comprei, porque eu gosto do autor, Markus Zusak, porque a capa é linda e porque, intimamente, associei aos outros dois livros de Zusak que li, A Menina que Roubava Livros e Eu Sou o Mensageiro. E você deve estar pensando: se eu queria o livro, porque demorei tanto para ler suas poucas 528 páginas? Isto é simples: eu não queria acabar!  A história é contada por um dos intrigantes "garotos Dumbar" em primeira pessoa, mas é sobre outro, dos cinco irmãos. É sobre amor, é sobre morte, é sobre vida... Zusak tem esse jeito de escrever que contagia, um dom de contar uma história inteira, seja triste ou não, cantando, declamando uma poesia, sussurrando página a página em nosso ouvido de uma forma que nem é preciso muito para imaginar toda a cena, com os mínimos detalhes, as cores, os cheiros, os sabores. Zusak tem esse jeito dramático, tenso e arrebatador de falar

e tem sido sempre...

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Hoje meu silêncio entoa nas canções,  aquelas que não ouço mais com sua voz.  Só as lembranças de cada acorde  são suficientes para afogar meus olhos  na saudade que sinto do seu sorriso,  na vontade de ter você aqui comigo  em tons suaves de cinza e melodia clara. Hoje meus versos voam por pensamentos,  que guardo no recôndito da minha solidão.  E o gorjear dos pássaros tem o mesmo gosto urze  do beijo que ficou perdido na despedida...  o adeus eterno,  cruel de mais para ser medido em palavras  e devaneios desconexos. Hoje eu sinto falta de você  e tem sido sempre...

Sobre afogar em mim mesma

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Metas... metas e metas. O primeiro mês do ano já está acabando e tudo o que consigo sentir é que estou sufocada com minhas metas e resoluções. Pode ser porque criei planos agressivos? Pode! Pode ser porque meu trabalho me consome e eu não consigo lidar com as outras coisas no meu dia a dia? Pode! Pode ser porque eu foco mais em uma coisa do que em outra e acabo comprometendo meu cronograma? Pode! O fato é que eu não consigo manter o foco em minhas atividades e seguir numa constância com as decisões que eu tomei e, obvio, isso me causa um grande transtorno interno por não ser capaz sequer de cumprir minhas próprias intensões. Não vou ficar perdendo tempo justificando, até porque se eu mesma defini minhas metas e já no primeiro mês do ano não estou conseguindo cumpri-las com determinação, não há justificativas. De repente eu preciso organizar todo meu cronograma (pela centésima vez) ajustar tudo o que está pendente e recomeçar e eu fico frustrada por não conseguir manter uma line

Minha Terra Não Tem Palmeiras

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A minha terra que era outrora desconhecida Que se dizia ser o fim mundo Mesmo que com sua arte adormecida Solitária em um poço fundo Agora jãs mais travestida De um silêncio tão importuno E o vazio de uma flor colhida Preenchendo o outono mudo. Minha terra já não tem palmeiras A lama soterrou tudo Não canta o sabiá nem um pássaro gorjeia Se perdeu sob um olhar profundo Sem esperança de viver, vagueia Crianças órfãs, adultos moribundos Sonhos virando castelo de areia E ventos levando tudo em um segundo. Passa a notícia, mas a tragédia ainda fica Vão se os faróis, mas a verdade não se esconde Em todos olhares a pergunta que não se explica Em todo silêncio a saudade que não responde. Minha terra não tem palmeiras, não canta mais o sabiá O que ouvimos daqui, não é o eco que ressoa de lá...

Sob minhas máscaras

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Me perder em sonhos não é suficiente pra aplacar a saudade e a ausência que sinto. Saudade de cada olhar, de todos os momentos, do sorriso... Acho que nunca lhe disse o quanto amava te ver sorrindo... De um jeito que era só seu, um sorriso que me pertencia. E agora, tudo o que fica é a ausência. Ausência nua e crua que se revela em cada ação desesperada de tentar escondê-la. Talvez você não imaginava quanta falta podia fazer, se fosse assim tão de repente. E faz tanto tempo... Tanto tempo, que se tornou natural vestir um disfarce e seguir. Faz tanto tempo que já me acostumei fechar os olhos só pra trazer você pra perto. Faz tanto tempo que perdi as contas de quanta dor podia caber em mim. As vezes essa dor transborda e destrói todas as barreiras que eu criei pra tentar sobreviver a esse vazio. E nesses momentos tudo perde o sentido porque eu trocaria tudo... Você entende?... Eu trocaria cada um dos segundos e todo o tempo sem você por mais um minuto ao seu lado. E me sinto

Os livros que li em 2019 (Parte 02)

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Vamos lá, continuando a lista dos livros lidos em 2019 ( parte 01 aqui ):  08. O Mercador de Sonhos Autor: M M Schweitzer Ano: 2016 Gênero: Ficção / Drama Psicológico Avaliação no Skoob: 4.3 (305 avaliações) Avaliação Pessoal: Excelente Conclusão: 30/04/2019 Mais um conto na lista. Com a leitura super cativante e uma literatura nada leve, o autor consegue mexer com nossa cabeça, nos fazendo pensar em nossas prioridades e sentimentos de uma forma, digamos, desconfortante. A história é um suspense psicológico com excelentes diálogos sobre nossos sentimentos. Lembra e "Divertidamente"? Então, é por aí! Com muitas 'lições' que nos fazem refletir enquanto navegamos na história de Ollie.   09. O Segundo Armário Autor: Gabriel de Souza Abreu Ano: 2014 Gênero: Não Ficção / Biografia Avaliação no Skoob: 3.7 (62 avaliações) Avaliação Pessoal: Bom Conclusão: 02/06/2019 O livro é a transcrição do blog que o autor escreveu quando descob

Os livros que li em 2019 (Parte 01)

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Bom, se tem um hábito que estou tentando retomar é a leitura. Digo porque há tempos eu lia em média quatro livros por mês, mas depois da faculdade isso virou apenas dois livros por ano. Claro que quando falo de livros, estou me referindo aos romances, ficção e literatura. Livros técnicos e usados para minha formação e trabalho estão fora da lista. Seguindo neste caminho, em 2019 eu li 14 livros e vou sintetizar um pouco de cada um deles em duas partes (para não ficar um post exagerado de grande) registrando minha percepção sobre cada obra: 01. Renato Russo. O Filho da Revolução Autor: Carlos Marcelo Ano: 2016 Gênero: Não Ficção / Biografia Avaliação no Skoob: 4.4 (988 avaliações) Avaliação Pessoal: Excelente Conclusão: 20/01/2019 No geral, conta a vida de Renato Russo. É um livro bem completo que relata desde a infância do cantor até sua pós morte. Com este livro eu pude voltar no tempo, visitar minha adolescência que foi regida à acordes de Legião Urbana e conhecer mai