Algo sobre o tempo
Já é outono. Eu já não percebo o tempo passar e, quando me dou conta mais uma estação está no fim. A vida exige que fechamos os olhos para os problemas, para os sentimentos e nos infiltramos no ritmo, acelerado e inquieto, da sobrevivência. Mas de repente, no sincronismo de uma canção ou num leve perceber do vento, nos damos conta que estamos imersos em um submundo paralelo. E é estranho esses momentos de "consciência". Sentir a realidade deturpando todas as expectativas que, sutilmente, nos propomos. Corremos... indiferentes à quem está à nossa volta, buscando uma satisfação pessoal que chamamos de "felicidade" (sem as aspas, para nos dar uma ideologia de realidade) e perdemos toda a glória do caminhar. "Cada ano que se passa fica mais curto", eu ouvia isso em uma canção há dez anos atrás e chamava de exagero. Mas agora, percebo que não me permito mais sentir a leveza das manhãs nem a beleza dos luares... a vida exige e, aos tropeços, me adapto (fác...