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Mostrando postagens de 2016

[...] no mais, estou indo embora [...]

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Era sempre... quando ia chegando a data já se ouvia de longe sobre as comemorações. Nunca conheci ninguém que gostasse mais de comemorar seu aniversário. Embora difícil, ele celebrava a vida... todos os anos à sua maneira... Ao som de Zé Ramalho, tomando skol e virando um churrasco... era sempre... A gente sentava e ficava falando de coisas triviais, de planos que nunca  seriam reais, de faz de contas... E assim ia... todos os anos... Hoje as canções não tem mais o mesmo sentido. Já nem consigo ouvi-las... Viu como o dia amanheceu cinza? Ele sempre se intrigava como eu podia gostar mais de dias cinzas, "deixa de ser boba, menina!" ele dizia... "como alguém pode gostar de dias nublados?" Hoje o dia amanheceu cinza... e não há o som da sua voz... Ah, pai... se você soubesse que falta faria... Se você soubesse como os dias dias perderiam o sentido sem você aqui. Se imaginasse quão vazio ficaria sem sua alegria, suas brincadeiras, seu jeitinho estabanado... se soube

Tic...tac...

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Sabe quando no meio do dia você lembra de algo de muito tempo atrás...  é como se alguém apertasse o botão do pause e, embora a vida segue, o silêncio soa mais alto.  Sabe quando esta lembrança te paralisa de forma tão imediata que, tudo, absolutamente tudo perde o sentido repentinamente.... Sabe quando seus olhos se inundam, te falta o ar, some sua voz... assim no meio do dia, ou em uma noite vazia e tudo aquilo que você faz questão de deixar adormecido explode dentro de você.  A foto na estante é tão vazia que você não consegue olhar pra ela e todas as lembranças do que foi e do que poderia ter sido explodem em um caleidoscópio em sua mente...  Você não consegue mais olhar as fotos...  e as lágrimas caem pesadas dos seus olhos porque você não consegue as conter.  E você lembra e relembra  e cada nota da canção que insiste em tocar é o tom da voz que não sabe mais como ouvir... E você lembra...  perdendo todos os seus passos sem rumo em um horizonte que n

Sobre coisas que eu não queria dizer

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Não sei quantas vezes evitei e adiei falar sobre esse assunto, sei que foram várias. Entre os motivos, por, principalmente, saber que uma parte de mim seria exposta de uma maneira inevitável. Assim como já pensei, várias vezes, em discorrer sobre isso... Enquanto as palavras surgiam em minha mente, um diálogo rolava quente atrás de mim. Havia me retirado da conversa, incomodada de mais para dizer qualquer coisa. Meu incomodo não vinha das palavras infelizes que a garota insistia em repetir, mas de uma auto análise crítica e inegável que martelava intensamente em minha mente. Eu já fui assim! Insistia meu pensamento de forma vergonhosa e precisa. Tive nojo. Tive nojo da menina, mas tive mais nojo de mim mesma. Como eu ousei? Não sei dizer como começou a discussão, mas em algum momento a garota estava criticando de forma concisa o sistemas de cotas para os negros, o sistema do bolsa família, a abordagem ao racismo e à violência sexual, principalmente, feminina, a abordagem à h

Sobre vizinhos inconvenientes, promessas de ano novo e eleições municipais

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Oito horas da manhã, primeiro sábado do ano, e uma música sertaneja entrando pela janela, aos berros. E eu odeio sertanejo... quem não tem um vizinho inconveniente que atire a primeira pedra. Assim segue meu final de semana, lutando com meus instintos e, algumas vezes, imaginando de várias formas como um acidente no quinto andar mudaria tudo... é, eu ainda não quis matar o cara, mas até consideraria crer em uns exu's da vida se aquela caixa de som explodisse misteriosamente. Penso que sempre há alguém que nos incomoda, de uma forma ou de outra. Assim como, com certeza, incomodamos alguém, mas algumas pessoas simplesmente passam dos limites. Poxa! Eu nem gosto de sertanejo... O vizinho acorda cedo e liga o som em um condomínio com cerca de setenta famílias, quanta gente ele não incomoda? E, não sei se por personalidade ou por ser um cara chato mesmo, ele nem se toca que o volume não está só alto, está gritante, além de, a maioria das coisas que ele ouve, não deveria ser ouvida