Uma visão sobre a morte
Eu sempre fui fascinada com velórios, apesar de não gostar de me aproximar do corpo, lembro de ficar curiosa e observando as pessoas, pensar em como elas pareciam vulneráveis. Quando descobri os livros de Erico Veríssimo, que tem uma peculiar característica de retratar um velório, eu mergulhei e consumi muitas narrativas com esse tema. Então… a morte me quebrou. Me partiu em milhões de pedaços desconexos que jamais fui capaz de agrupar os fragmentos outra vez. E tudo mudou. As idas à velórios passou a ser não mais que uma obrigação e de repente eu só enxergava a dor. Vejo minha própria perda refletida naquelas pessoas, como um espelho profundo e infinito que mostra claramente o universo desconhecido e quieto de solidão. As tentativas frustradas de preencher o vazio e o adeus que se perpetua na despedida, nas ações e preocupações mecânicas que envolvem o ritual e o olhar desesperado de horror e tristeza passou a ser, para mim, não só visível, mas sentimentalmente perceptível. E qua