Afinal, não somos árvores!
E se um dia você abrisse os olhos e tivesse diante de você uma tela com todos os momentos, bons e ruins, de sua vida, desenhados como um fluxograma e mostrando como cada decisão que você tomou, da mais simples às mais complexas, influenciaram diretamente no curso da sua história?
É aquele velho papo de você é responsável pelas decisões que você toma e só depende de você e tal. Mas olhando para este mesmo fluxograma, com certeza houve momentos em que as suas decisões foram diretamente influenciadas por pessoas à sua volta. Seria justo que essas também fossem atribuídas a nós?
Uma vez minha mãe fez com eu tirasse uma foto com meus irmãos e o papai noel. E eu não queria tirar essa foto porque eu sabia que o papai noel era meu tio disfarçado (nem tão disfarçado assim) e eu era uma criança chata e pronto. Claro que eu fiquei com uma cara de c* na foto, mostrando claramente que aquela decisão não era minha. Algumas coisas são de fato assim, principalmente quando a gente é criança e tem mães que gostam de fotos de natal. Mas uma vez que tomamos as rédeas de nossas decisões, gostamos de continuar creditando a 'culpa' por cada uma delas no acaso. "Mas eu não tive escolha" dizemos...
Não tive escolha quando precisei estourar o limite do meu cartão de crédito ferrando toda minha vida financeira, não tive escolha quando escolhi um curso nada a ver comigo porque ele é o que está em alta no mercado, ou porque era o único que tinha na minha cidade, não tive escolha quando aceitei um emprego que me deixa maluca, afinal os boletos chegam, e também não tive escolha sobre os boletos que iriam chegar... É uma leva de "não tive escolha" que de fato eu me surpreendi de haver um movimento que chama "Eu escolhi esperar"...chega a ser bizarro, mas isso é outro assunto.
Acontece que viver é como jogar Super Mário World pela primeira vez. Você não sabe o que as bolhas verde da morte fazem, até tentar pegá-las e morrer! Cada caminho que você escolhe e cada cano (atalho) que você pega, pode te levar há um fluxo diferente, mesmo que lá na frente, todos se convergem. Você precisa ir. A diferença é que, ao contrário do Super Mário, você não tem a opção de resetar a vida e começar de novo, porque descobriu formas mais fáceis e lucrativas de passar de fase, ganhar vidas e conseguir moedas. Abrindo um parentese aqui, eu acho um gênio quem colocou no jogo que se acumular moedas você ganha vidas, um grande e verdadeiro paradigma com a vida real.
Um dia você acorda, se olha no espelho e enxerga em seus próprios olhos o peso de tudo aquilo que te moldou e formou sua personalidade. Um dia, de uma forma ou de outra você olha para trás e pensa em todos os pontos que poderiam ser diferentes e em todos os erros que gostaria de não ter cometido. A máxima aqui é que em muitos dos casos você pode pegar todo esse sentimento e essa experiência de analisar suas próprias decisões e aprender com cada uma delas e isso é mágico, gera uma cumplicidade e uma empatia com você e com o próximo capaz de te tornar mais forte.
Não existe nenhum fluxograma. Ninguém vai desenhar todo o caminho que você traçou em sua vida até agora nem dizer onde foi os pontos crucias de suas decisões. Mas nada impede que você o faça por você mesmo, principalmente para entender os vários porquês que pairam em sua mente a cada dia. Reconhecer que você é sim responsável pelo que você se tornou, reconhecer que não são as circunstâncias que te moldam, mas o que você decide fazer com cada situação é que dita se hoje você é um vencedor. Hoje, porque amanhã o jogo simplesmente recomeça e você tem outra chance de mudar tudo outra vez. Afinal, não somos árvores!
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