Soneto


Pelo improvável paraíso
dos encontros imaginários
que ninguém e que nada exista.

De quanto a sombra em mim descansa
eu procuro o que não se avista
dentro os fantasmas da esperança.

Teu corpo, teu rosto e teu nome,
teu coração e tua existência
todo espaço evita e consome
eu só conheço a tua ausência.

Eu só conheço o que não vejo
e nesse abismo do meu sonho
alheio a todo desejo
me decomponho e recomponho.

(Cecília Meireles)

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