Pensamentos

Será que se eu fechar os olhos todo esse medo vai embora?
Ainda me lembro do sabor que havia naqueles versos e sinto falta das poesias que jorravam inusitadas
os campos haviam se tornado mais belos, mesmo nas ruas desertas ou nos cantos perdidos e,
era mais fácil caminhar com a esperança de haver flores pela estrada.
Será apenas o medo que fez parar, ou havia algo mais para me impedir de te buscar?
E eu não sei se as promessas foram quebradas cedo de mais, ou é só a ausência que me faz perceber que eu precisava me entregar a apenas mais um passo...
Talvez faltou ainda um verso, para chegar a um acorde perfeito...
Talvez não devesse nunca buscar perfeição, mas nunca vou saber onde me quis o destino quando você estava partindo
sozinho
e eu não quis impedir .
Eu não sei ao certo se te perdi, mas queria voltar aquele jardim
em que você semeava flores pra mim.
Mas não sei qual é o caminho, ainda podes me conduzir?
Ou já é tarde de mais para voltar?

Ainda me lembro do perfume que vinha dos horizontes
quando pensava em simplesmente vencer os montes
e te encontrar.
Mergulhar no desconhecido dos sonhos e viajar nas asas dos pensamentos
para romper por ledo momentos a barreira que me impedia de sentir você.
Os dias mesmos frios eram bonitos e
o céu mesmo com nuvens era azul
e poderia haver estrelas sob as gotas de chuva e
eu poderia sentir você sem encontrar teu toque.
Cada minuto que passava não era só um momento sem você
mas também um pouco menos da distancia que nos separava
e cada em pulsar eu podia sentir um passo mais próximo dos teus braços, do teu calor...

Ainda sinto o mesmo encanto tentando sobreviver as lembranças
quando as canções sussurram baixinho
as poesias que eu queria escrever para te dar.
Mas o vento lá fora está tão forte
que violenta as imagens que teimo em manter
Será que foi num desses vendavais que eu perdi você?
Ou esses sentimentos adormecidos que insistem em te procurar
já estão ermos pelos caminhos?
Eu já não sei se foram só os ventos que me afastaram do meu jardim
se foi a distancia que me impediu de continuar plantando sonhos
e não sei se devo deixar que desperte em mim o mesmo encantamento
porque, embora as flores tenham sido arrancadas,
as sementes que semeaste ainda estão aqui.
Será que você teria o mesmo cuidado de fazer florescer esse sentimento?
E deixaria que eu cuidasse de ti?
Porque desejos podemos controlar sem dor
mas poderíamos impedir-nos de arder em um amor?
Pois o amor nos deixa vulnerável e isso significa que você pode entrar em mim e bagunçar tudo
quebrar todas as barreiras e armaduras que construi.
Eu te daria um pedaço de mim, mesmo sem você pedir...
E um dia, você faria uma coisa besta como me beijar ou sorrir exclusivamente para mim
e minha vida não mais me pertenceria...
porque o amor nos faz reféns
e então uma simples frase como
"talvez devêssemos ser apenas amigos"
se transformaria em estilhaços de vidro rasgando me coração.
Isso dói...
não é só na imaginação ou na pena habilidosa do poeta
isso dói na alma
dói no corpo
e nada deveria ser assim, principalmente o amor
mas...
você iria comigo nesse insondável e desconhecido sentimento?
Iria comigo para além dos campos verdejantes da alma
ou para alem das ondas agitadas do mar?

Amar é mergulhar num constante desconhecido
onde só se pode ir juntos
e de onde não se pode mais voltar sem deixar o outro perdido num gigante infinito.
Amar é ir além da dor
das poesias
do próprio amor...
Você poderia me amar
esperando de mim que eu simplesmente amasse você?

Comentários

  1. Ler suas palavras me faz sentir coisas que eu não sei explicar, parece que você entra nos corações e diz algumas experiências que passamos como se soubesse quem somos (e nem nós sabemos quem somos)
    mas é maravilhoso a cada texto seu saber aos poucos quem você é.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Todos os comentários são de responsabilidade individual e não representam a opinião da autora do blog.

Postagens mais visitadas deste blog

Sobre: Escrevendo coisas novas no blog

Os Cavaleiros do Zodíaco - Cavaleiros de Bronze

Livro, Música e Café