Pensamentos

 A gente tenta por muitas vezes adiar o “adeus”... Mas chega um momento que ele se torna inadiável. Sim... Eu percebo que é só o que tenho feito de algum tempo pra cá. Tentado correr atrás do vento pra simplesmente não dizer (e eu não queria dizer) adeus... As vozes todas na cabeça já dizem que é tarde e que é preciso tomar alguma decisão. As pessoas sempre dizem que “você vai conseguir”, mas ninguém realmente sabe o que está havendo, ninguém entende dos medos que me fazem fugir e das milhões de promessas que nunca cumpro. A verdade é, ninguém entende que “adeus” é por um tempo longo de mais e eu não consigo enxergar a longas distâncias. De repente olho e percebo que retornei ao inicio escuro e sombrio de antes, não queria voltar, mas meus passos me levam sempre ao mesmo lugar e a estrada é sempre vazia. Quando a dor no peito começa a gritar mais que a própria voz e o vento frio retalha o corpo com violência, as marcas ficam, as lembranças ficam e os sonhos são todos jogados há uma altura irremediável. Os gritos de desespero arrancam lágrimas dos meus olhos e os fecho com raiva por ter tido feito tanto estrago, mas é apenas mais um ciclo do vicio, as drogas não dominam por muito tempo. É estranho ter que conviver com a pior parte de mim mesmo quando percebo que diante de mim todas as portas se fecham e as pessoas ficam sempre do lado de lá. Eu já aprendi a ser sozinha, mas nunca estive tão só, e são apenas vozes... apenas vozes sombrias. E não entendo, de repente experimentar a euforia me incomoda, mas não foi sempre assim, oscilando entre sorrisos de desespero? Porque no fundo sei que a euforia não dura tempo suficiente para esquecer os estados deprimentes e, é só uma questão de tempo até a angustia rasgar o peito e me colocar drasticamente em meu lugar. Eu convivo comigo mesma há um longo tempo... e sei que não adianta me dopar com os remédios que parecem de açúcar, hoje eu preciso de algo mais forte.... cocaína talvez (risos) não tenho coragem...
eu abro os olhos devagar e sinto a noite lá fora, tem sido assim, noites a fio sem dormir desde que senti a primeira “fisgada” avisando que já era tempo de mudar... sim é um triste modo de vida, passar por momentos de “alegria” e saber que estes não duram mais que algumas semanas, é uma rotina... o estado deprimente sempre avança há quilômetros por hora, invade qualquer forma de apego que podemos conseguir... a história se repete, freneticamente.... E, agora é realmente o momento de dizer “adeus” por mais um período indeterminado até me afogar completamente nesse “novo (velho) estado” que já conheço, e já ouvi todas as sinfonias dessas notas tristes. Eu desabo, eu me entrego... mais uma vez há mim mesma porque quebrei os sonhos, quebrei a vontade de continuar me quebrei por dentro e o reflexo está distorcido. E sempre foi assim, os amigos vão sempre embora, os amores são sempre de faz-de-conta (e eu ainda acredito neles) as pessoas não fazem questão de olhar mais pra dentro, para onde me perco... e eu não posso dizer que me acostumei, porque cada nova etapa leva de mim a vontade de continuar, e a vida brinca e se diverte da minha covardia de por um fim, porque no fundo (nos momentos de euforia) eu tenho esperança que o “adeus” não seja tão eterno assim, o problema é que esses momentos duram pouco tempo de mais...

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