O Construtor de Pontes - Markus Zusak
O Construtor de Pontes... este é o nome do livro que eu levei quase 2 meses para ler. Quando saiu o livro, logo comprei, porque eu gosto do autor, Markus Zusak, porque a capa é linda e porque, intimamente, associei aos outros dois livros de Zusak que li, A Menina que Roubava Livros e Eu Sou o Mensageiro. E você deve estar pensando: se eu queria o livro, porque demorei tanto para ler suas poucas 528 páginas? Isto é simples: eu não queria acabar!
A história é contada por um dos intrigantes "garotos Dumbar" em primeira pessoa, mas é sobre outro, dos cinco irmãos. É sobre amor, é sobre morte, é sobre vida... Zusak tem esse jeito de escrever que contagia, um dom de contar uma história inteira, seja triste ou não, cantando, declamando uma poesia, sussurrando página a página em nosso ouvido de uma forma que nem é preciso muito para imaginar toda a cena, com os mínimos detalhes, as cores, os cheiros, os sabores.
Zusak tem esse jeito dramático, tenso e arrebatador de falar sobre coisas difíceis, como a morte à espreita e é assim que a história se desembola. É assim que o autor construiu, quebrou e reconstruiu várias vezes o mesmo personagem. Rico em detalhes e em sentimentos.
Confesso que houve momentos em que eu o odiei, o narrador. Queria poder arrancar ele das páginas e dar nele uns tabefes. Ousado, as vezes ele me arrancou de mim e pisoteou, destruindo todas as frágeis barreiras que coloco entre os mundos que invento e as realidades que encaro.
Algumas páginas foi difícil virar. Algumas cenas foi difícil imaginar e viver e reviver, ansiosa pelo desfecho, mas apreensiva porque no fundo, bem la no fundo toda história somente se repete e repete imitando a vida e copiando a arte. E tantas vezes eu fui apenas um garoto Dumbar, ou uma amiga, trocando os papéis e revivendo o entoar de cada palavra, de cada lembrança.
Esta é uma história de ficção. Mas eu bem sei que poderia não ser. Poderia ser real, apenas se trocasse alguns nomes, alguns lugares. No lugar de uma ponte, poderia haver um jardim. Um jardim de ipês amarelos e jasmins... e por ser tão real, por ser tão sensível, esta foi a história mais difícil de ler, de todas as outras, reais ou não. Porque ela é sobre os garotos Dumbar, é sobre amor é sobre morte e é sobre superação... é sobre uma ponte que "não é nada mais que um milagre" e também sobre um jardim, de ipês amarelos e jasmins, que não existe mais..
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