Minha Terra Não Tem Palmeiras
A minha terra que era outrora desconhecida
Que se dizia ser o fim mundo
Mesmo que com sua arte adormecida
Solitária em um poço fundo
Agora jãs mais travestida
De um silêncio tão importuno
E o vazio de uma flor colhida
Preenchendo o outono mudo.
Minha terra já não tem palmeiras
A lama soterrou tudo
Não canta o sabiá nem um pássaro gorjeia
Se perdeu sob um olhar profundo
Sem esperança de viver, vagueia
Crianças órfãs, adultos moribundos
Sonhos virando castelo de areia
E ventos levando tudo em um segundo.
Passa a notícia, mas a tragédia ainda fica
Vão se os faróis, mas a verdade não se esconde
Em todos olhares a pergunta que não se explica
Em todo silêncio a saudade que não responde.
Minha terra não tem palmeiras, não canta mais o sabiá
O que ouvimos daqui, não é o eco que ressoa de lá...
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