Que susto


Há dias tenho pensado e pensado sobre algo para atualizar meu blog, mas com tanta correria, com tantas tarefas, decisões a tomar, coisas a resolver, não estava encontrando um tempo para sentar e escrever, sobre o que quer que fosse... O problema é que hoje, quando consegui alguns minutos e resolvi passar por meus blogs, não tinha nada em minha mente.
Nenhum sentimento escuso dentro do peito, nem um fato intrigante, nenhuma opinião sobre nada. Não encontrei palavras para falar sobre o tempo, sobre as cores, sobre as músicas... Minhas ideias simplesmente sumiram.
Bateu-me aquele desespero. Não sou nada sem palavras, se eu não puder escrever e falar do que estou sentindo eu não me sinto vivendo, se não puder sentar diante de um computador e rapidamente encher uma folha sobre um assunto qualquer, é como se em minhas veias não corresse mais meu próprio sangue e sim o sangue de um estranho. Não! Essa, definitivamente, não sou eu...  

Engraçado é que fiquei alguns minutos sentindo essa ânsia por palavras e pensando, em uma retrospectiva bem ligeira, nos tempos antigos. Tentando buscar dentro de mim algo que me motivasse. Passei por alguns momentos “felizes” em que eu podia destilar palavras com a facilidade do vento. Escrevia em cadernos, poesias, textos, versos (alguns ainda tenho guardado) e era como se cada palavra que ficava marcada naquele papel significasse uma micropartícula de mim, todas juntas, é o que eu era. Levei um susto ao perceber que, quando as coisas eram mais difíceis eu podia ser mais sincera. Que contradição indecente!

A facilidade de comunicação apresentada pela internet e pelo celular nos tira a capacidade de pensar por nós mesmos. Somos motivados a caminhar a favor da maré da sociedade. Ah! Peguei-me em flagrante delito gastando muito mais horas do meu dia com facebook e tv, do que com um livro. Estou triste comigo mesma! Como não percebi que estava indo na correnteza de tudo o que sempre critico? Tudo ficou tão fácil que não tem mais essência, não tem mais graça escrever, dizer sobre algo que me interessa e expor opiniões. Tudo parece muito igual.

Eu quero me libertar desse ócio e, mesmo que não consiga mais ter a mesma mente criativa de alguns anos atrás, preciso cuidar do que ainda me resta, o pouco de inteligência humana que não me permite parecer com os “humanos modernos”. Não me permito ser igual, é inaceitável viver no mesmo ritmo da sociedade.  “A mudança que eu quero no mundo deve sempre começar por mim” e hoje, apenas o que tenho a dizer é que não serei uma folha seca soprada por um vento qualquer...

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