Sobre afogar em mim mesma


Sobre afogar em mim mesma

Metas... metas e metas. O primeiro mês do ano já está acabando e tudo o que consigo sentir é que estou sufocada com minhas metas e resoluções. Pode ser porque criei planos agressivos? Pode! Pode ser porque meu trabalho me consome e eu não consigo lidar com as outras coisas no meu dia a dia? Pode! Pode ser porque eu foco mais em uma coisa do que em outra e acabo comprometendo meu cronograma? Pode! O fato é que eu não consigo manter o foco em minhas atividades e seguir numa constância com as decisões que eu tomei e, obvio, isso me causa um grande transtorno interno por não ser capaz sequer de cumprir minhas próprias intensões.
Não vou ficar perdendo tempo justificando, até porque se eu mesma defini minhas metas e já no primeiro mês do ano não estou conseguindo cumpri-las com determinação, não há justificativas. De repente eu preciso organizar todo meu cronograma (pela centésima vez) ajustar tudo o que está pendente e recomeçar e eu fico frustrada por não conseguir manter uma linearidade com meus objetivos.
Acho que grande parte disso é por uma mania intensa e incessante de querer controlar. Nossa! Nem eu me aguento com essa necessidade de controlar tudo e todos, de saber... saber cada detalhe, cada milímetro. Isso cansa. Minha mente tem andado saturada de coisas, problemas, trabalho, sentimentos, desejos, objetivos. Eu ainda nem sei por que raios precisamos ter objetivos.
O que eu sei é que eu estou cansada de mim. Estou cansada de tentar e tentar e ficar insistindo em aproveitar cada segundo e cumprir todos os requisitos. Estou cansada de controlar tudo, mas isso é tão intenso em mim que, se eu não tiver como controlar algo, eu sequer tenho qualquer ação sobre isso e, as vezes eu perco tanto tempo planejando e criando formas de controlar algo que quando termino eu estou tão cansada e exausta daquele assunto que todo “projeto” morre ali.
Nós vivemos na era da informação. É o que dizem! Hoje tem um status para tudo. Tem uma situação para tudo e de repente me vejo imersa em uma onda que não consigo controlar e que me consome, pois além de me deixar ansiosa e tensa, ainda literalmente come meu tempo. Isso me faz sentir culpada e estressada comigo mesma. Um bom exemplo, são as redes sociais. Quando se vê, já se passou uma hora e meia que se está rolando stories ou feed de Instagram, gerando desejo de comprar o que não precisa ou fazendo comparações com realidades que não nos pertence.
Eu tenho dificuldade de não estar no topo. Por mais que eu fale que não me importo com a opinião alheia, eu me importo sim e quero estar sempre certa. Quero ser a que faz mais coisas, quero ser a mais inteligente. Isso é tão fútil quanto possa soar porque é um modelo de vida insustentável. Chega um ponto que as coisas acumuladas começam a tomar conta e tudo o que fica são planos frustrados e promessas vazias.
A verdade é que eu me afogo em meus próprios dogmas e métodos e mesmo afundando e me apego a eles de tal forma que a única saída é ir cada vez mais fundo, tão fundo que fica impossível sobreviver a mim mesma.
De repente, eu só quero parar de tentar...

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