Para teus braços

Pela janela vejo que as flores dançam lá fora
de que adianta estradas enfeitadas
se é a solidão que predomina?
Esse silêncio é mais vazio que a espera
as paisagens estão sorrindo para mim
debochando do meu olhar perdido.

As pessoas me incomodam
porque na garganta sufoca o grito
de desespero e de saudade...

Aqui faz frio
e o gosto urze da noite permanece na boca
permanece na alma que chora...

Sinto o desespero consumir meu corpo
e a ilusão machuca na alma
sinto a distância mais amarga
terrivelmente estampada na chuva que ameaça.

E as palavras não fazem sentido
eu nem sei porque me sinto assim...
Não sei porque a euforia foge de mim.

Os ecos da madrugada trazem anjos sem asas
banhados dos sonhos que despedaçam
um a um...
Sonhos que não são reais precisam ser podados...

Preciso fugir dessa magia que me distrai
preciso esconder desse devaneio que me encanta
e desse desconhecido que me seduz
Preciso fugir do que sinto
desse frio nas mãos
desse queimar no peito
desses pensamentos constantes e
desse desejo insano.
Preciso fugir antes que seja tarde demais
e será que já não o é?

Mas para onde irei,
senão para meu sonho de perdição
que me leva sempre aos teus braços?

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